Ansiedade e afastamento social

E aí, gente boa! Tudo bom?

Depois de um desabafo nas redes sociais, decidi que vou abordar mais temas nesse espaço do blog, inclusive o das minhas vivências com o Transtorno de Ansiedade, que é uma das causas de muitas situações complicadas na minha vida ultimamente.

Gostaria muito de conseguir explicar com detalhes o que é conviver com tantas situações incapacitantes, mas isso é praticamente impossível. Cada pessoa sofre com os efeitos da ansiedade de inúmeras formas diferentes, então resolvi trazer um pouco da minha vivência, das minhas experiências e das coisas que acabam sendo tão difíceis pra mim. Essa é a minha forma de partilhar como me sinto, e de expor coisas que podem (eu sinceramente espero que possam, de coração) ajudar na convivência de pessoas que, de alguma forma, tenham contato com esse transtorno (seja sofrendo com ele, ou mesmo conhecendo alguém que sofre).

Hoje vou falar um pouco sobre afastamento social.

Eu tenho muitas dificuldades em sair de casa, mesmo acompanhada. Todas as vezes que preciso colocar os pés na rua, seja sozinha ou na companhia de alguém, me sinto como se fosse morrer, de alguma forma...

Os sintomas das crises, que muitas vezes chegam ao pânico, são diversos e inconstantes, o que significa que nem sempre serão os mesmos, mas afetarão mente e corpo de muitas formas.

Muitas vezes as pessoas me convidam pra sair, e a minha vontade de ir é realmente imensa, mas acabo não conseguindo no fim das contas... Existe, por conta disso, um isolamento, ou o que chamei nesse texto de afastamento social. Depois de um tempo a pessoa ansiosa acaba se sentindo sozinha, isolada, e não-merecedora de receber atenção, porque acha que as pessoas passam a convidá-la por pena, e não porque realmente gostam de estar com ela. E isso dói de tantas formas, machuca de tantos jeitos...

Eu, por exemplo, converso com várias pessoas online, mas quando me afasto do celular (porque é raro que eu use o computador pra esses fins) não falo com pessoas que não sejam da minha família. Mesmo em momentos em que eu só preciso caminhar por duas ruas pra chegar às casas das minhas tias, eu simplesmente travo e, muitas vezes, não consigo ir.

O passeio que mais acabo fazendo é ir ao shopping com pessoas que convivem comigo, e mesmo assim esses passeios são extremamente raros. Muitas vezes acabo passando mal, e isso faz com que eu me arrependa de ter saído, além de fomentar um sentimento de culpa muito grande, por estar preocupando a quem está me acompanhando.

Por isso quando consigo sair, pra qualquer lugar que seja, eu costumo tirar quantas fotos eu conseguir: é uma lembrança de uma pequena vitória, que muitas pessoas não entendem (ou acabam não percebendo).

Hoje eu estou tentando criar métodos que me ajudem a ir superando, ainda que aos poucos, essas crises... Por mais difíceis que sejam as situações que acabo enfrentando, eu não penso mais em desistir. Em alguns momentos eu não consigo ter controle, e hoje eu estou aprendendo a não me julgar mais por isso... Eu simplesmente penso: "não consegui hoje, mas amanhã é outro dia..."

Se você tem contato com alguém que sofre com coisas desse tipo, tenha paciência, por mais difícil que seja às vezes. Já sentimos culpa, dor e sofrimento por estarmos nessa situação, então o seu apoio pode ser a salvação em um dia difícil.

Se você sofre com a ansiedade, tente não se julgar tanto. Você não precisa passar por isso sem apoio, e um transtorno não representa quem você é (por mais que seja difícil lembrar disso às vezes), ele é só uma pequena característica sua.

Se você chegou até esse texto, se leu até aqui, eu gostaria de agradecer pela sua atenção. É muito importante conversarmos e criarmos uma rede de apoio. Independente do que esteja acontecendo, você não está só.

Tenha um dia tão especial quanto for possível!

Até o próximo!

Paz e Luz!